Historicamente, ter várias gerações trabalhando juntas numa mesma empresa e mesmo assim “não respeitando” a ordem “hierárquica-cronológica” seria impossível.
Mas hoje em dia temos Millennials trabalhando com gente da Geração Z e da Geração X simultaneamente, e é uma bagunça porque cada um lida com o trabalho de um jeito diferente.
A Geração X prega a praticidade, mas gosta de falar por telefone ou fazer longas reuniões por videoconferência, mesmo que isso custe 3 horas do seu dia de trabalho. Já os Millennials sabem dos perigos do burnout - a maioria já está a ‘ponto de’ ou já teve ‘de fato’ - sofrem ao revisar mil vezes o mesmo e-mail, mas querem causar uma boa impressão. A Geração Z se expõe o mínimo possível. É o famoso “foda-se, é só mais um trabalho”.
E eu tenho inveja disso. Por um lado, uma falta de comprometimento gigante, certo? “Poxa vida, como essa pessoa pode ser tão desprendida, ela não pensa nos outros?”.
E É JUSTAMENTE ISSO o que nós, galera 30+, tentamos aprender e não conseguimos. Nós passamos tempo demais lendo revistas, jornais e vendo filmes nos dizendo: “você precisa prestar atenção sobre o que pensam de você”.
A Geração Z olha para isso e ri. Ri, não. Gargalha.
Eles já estão tão desprendidos, que já sabem que existem mais inúmeros questionamentos antes de sequer cogitarem o que outras pessoas estão pensando ou falando. Eles falam mais abertamente sobre seus sentimentos, sobre sexualidade e aprendem muito rápido. Muito. É até chato, porque a expressão “aprendizagem intuitiva” para eles é simplesmente “aprendizagem”.
Fazendo uma ponte:
Vira e mexe vejo reels de uma página em que há um homem entrevistando pessoas aleatórias na rua, normalmente mais velhas, e sempre pergunta se elas gostariam de voltar a ter uma idade em específico. Ou seja, a viagem no tempo.
E a resposta é sempre: não.
E mesmo que eu inveje o corpo de uma jovem que dorme mais horas do que eu e dorme muito melhor do que eu, que consegue comer sem passar mal, acorda sem ressaca, se recupera mais fácil e tem muito mais mobilidade… Eu adquiri casca. Conhecimento, razão, ou qualquer que seja o nome disso.
Eu não tenho a menor pretensão de voltar ao tempo X, Y ou Z e reviver uma certa idade. Eu gosto do que sei, gosto de quem tenho me tornado MESMO com todos os meus probleminhas e problemões: emocionais, estéticos, de saúde, blá-blá-blá.
Talvez, eu daria apenas uns conselhinhos para mim mesma mais nova: aproveite mais. Viaje mais. Beije mais. E por favor, não corte a franja sozinha em casa.
Você se daria algum conselho?
📍Vou deixar aqui uma indicação: um livro de poesias da Maya Angelou. É a minha tentativa de ler “mais rápido”, já que falhei miseravelmente em 2022 porque não terminei nenhum livro.
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Se é tudo loucura ou verdade, só saberemos mais tarde.
Um beijo, um queijo e um brinde,
💋🧀🥂
Na minha época chamavam a praticidade da geração X, da qual faço parte, de preguiça. Eu ainda acho que é um niilismo funcional https://lisandrogaertner.net/blog/a-geracao-x-salvara-o-mundo-na-proxima-segunda-feira/